A importância das interações na inclusão de crianças com Síndrome de Down na educação infantil

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A Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) garante para além do direito à educação, o atendimento às especificidades dos alunos com deficiência, sem prejuízo da escolarização regular. Contudo, ainda hoje e, apesar da luta de entidades, movimento de pais e da sociedade, existe uma distância entre o que a lei determina e o que ocorre na prática.

De acordo com as práticas em instituições de Educação Infantil, não é incomum que a criança incluída nesse ambiente permaneça, de certa forma, isolada, sem os avanços esperados. Essa situação gera muitas vezes frustração nos pais e sentimento de impotência nos professores que também não sabem como lidar com essa criança, trazendo a discussão do retorno da criança para a escola especial.

A partir da constatação de que há poucos trabalhos realizados nessa área e da trajetória de insucessos da inclusão social das crianças deficientes, viu-se a necessidade do desenvolvimento de uma pesquisa que refletisse sobre o processo de inclusão, de fato, na Educação Infantil, a partir das dificuldades cotidianas da escola e professores de efetivarem seu trabalho pedagógico. Este artigo discutirá prioritariamente os resultados da pesquisa realizada, as possíveis intervenções para ampliar essa interação e sua contribuição na prática dos professores.

Compreende-se aqui a Síndrome de Down (SD) como alteração de ordem genética produzida pela presença de um terceiro cromossomo no par 21, por isso também conhecida como trissomia 21 (RONDAL, 1993 apud FÁVERO; OLIVEIRA, 2004; UNESCO, 1981 apud MAZZOTTA, 2011). Em termos de referenciais teóricos utilizados, recorreu-se a Mazzotta (2011) que discute sobre a história da Educação Especial no Brasil e faz críticas sobre esse processo. Quanto ao conceito de inclusão escolar, buscou-se Mantoan (2003; 2006) e Sassaki (2005). Para tratar o conceito de interação social, recorreu-se a Faria e Salles (2012) que defendem que é nas interações que as crianças vivenciam e ampliam suas práticas sociais, tal como em Vygotsky (apud Freitas, 1998). Utilizou-se o relato de pesquisa de Anhão, Pfeifer e Santos (2010), que definem interação por meio das ações verbais e não verbais entre a criança com SD, colegas e professor. No que se refere à contribuição do lúdico para esses processos de interação e para a ampliação das experiências culturais da infância, recorreu-se a Friedmann (2012), Sommerhalder e Alves (2011), bem como ao Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (BRASIL, 1998). E ainda Afonso (2010), que aponta para uma concepção de grupo, no sentido de que este atua como um campo de forças.


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